terça-feira, 14 de julho de 2009

Deus é Pai

  • Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
  • Quando a tarde engolia aos poucos
  • As cores do dia e despejava sobre a terra
  • Os primeiros retalhos de sombra
  • Eu vi que Deus veio assentar-se
  • Perto do fogão de lenha da minha casa
  • Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
  • E buscou um copo de água no pote de barro
  • Que ficava num lugar de sombra constante.
  • Ele tinha feições de homem feliz, realizado
  • Parecia imerso na alegria que é própria
  • De quem cumpriu a sina do dia e que agora
  • Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
  • Eu o olhava e pensava:
  • Como é bom ter Deus dentro de casa!
  • Como é bom viver essa hora da vida
  • Em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
  • Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
  • Puxar a caneta do seu bolso
  • E pedir que ele desenhasse um relógio
  • Bem bonito no meu braço
  • Mas aquele homem não era Deus,
  • Aquele homem era meu pai
  • E foi assim que eu descobri
  • Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
  • Revela-me Deus com seu
  • Jeito infinito de ser homem.
  • Composição: Padre Fábio de Melo

Nenhum comentário: