segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Deus é Pai

  • Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
  • quando a tarde engolia aos poucos
  • as cores do dia e despejava sobre a terra
  • os primeiros retalhos de sombra
  • eu vi que Deus veio assentar-se
  • perto do fogão de lenha da minha casa
  • chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
  • e buscou um copo de água no pote de barro
  • que ficava num lugar de sombra constante.
  • ele tinha feições de homem feliz, realizado
  • parecia imerso na alegria que é própria
  • de quem cumpriu a sina do dia e que agora
  • recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
  • eu o olhava e pensava:
  • como é bom ter Deus dentro de casa!
  • como é bom viver essa hora da vida
  • em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
  • cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
  • puxar a caneta do seu bolso
  • e pedir que ele desenhasse um relógio
  • bem bonito no meu braço.
  • Mas aquele homem não era Deus,
  • aquele homem era meu Pai
  • e foi assim que eu descobri
  • que meu Pai com o seu jeito finito de ser Deus
  • revela-me Deus com seu
  • jeito infinito de ser homem.
  • Pe. Fábio de Melo

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