quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dor de perda

  • É um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, de uma forma ou de outra (e geralmente de várias formas mesmo), que viver isso.
  • Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida.
  • E cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar.
  • A pior de todas, é quando alguém que a gente ama morre.
  • Esse é um sentimento de perda irreparável.
  • Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais.
  • Tenho uma amiga sábia que diz que "nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos." E ela tem razão.
  • E mesmo se o tempo aplaca essa dor, sempre vai ficar dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio.
  • É a idéia do "nunca mais ver" que dói mais.
  • E quando esta se une à idéia de não termos feito algo mais, não termos dito algo mais, ainda é pior.
  • Outra dor de perda é quando a pessoa que se ama se vai.
  • Nesse caso existe uma mistura de dor de orgulho e dor de medo de se ficar sozinho, muitas vezes porque o que existia
  • não era realmente amor, mas uma dependência emocional do outro.
  • Dor de orgulho, porque ninguém nessa vida foi feito pra perder.
  • Dor de ter sido deixado, dor de rejeição, que chega a doer até fisicamente.
  • Não adianta dizer nesse momento que "quando se perde um ônibus vem dez atrás", porque a pessoa vai te dizer que o que perdeu era justamente aquele que queria.
  • Mas quando o tempo cura essa ferida (e o tempo cura todas as feridas!) e o coração começa a bater mais forte por outra pessoa, aí então a gente esquece.
  • E ninguém precisa ter medo de ficar sozinho, pois só vai ficar sozinho quem não se abrir a novas possibilidades.
  • E com isso tudo, o que é preciso mesmo é que aprendamos o sentimento de aceitação.
  • Não passiva, de se deixar levar. Mas aquela de quando se sabe que vai se viver o inevitável, de viver isso da melhor maneira possível. Nenhum de nós está preparado pra isso, mas sabemos que é a vida.
  • E não deixar que a dor do orgulho possa impedir que vivamos, isso é importante.
  • Alguém me contou recentemente que sofreu dois anos por ter perdido um amor e depois é que reconheceu que o sofrimento não era realmente de amor, mas do orgulho de ter sido deixado.
  • Uma vez reconhecido isso, ele deu um passo à frente e encontrou aquela que hoje em dia é sua esposa, que portanto já fazia parte do grupo que conhecia e freqüentava.
  • É preciso muita sabedoria para se tirar a venda do orgulho dos olhos.
  • Fazer com que os que amamos saibam disso é uma maneira de se preparar a viver diferente a perda, se esta se der.
  • É preciso dar de si mesmo enquanto se pode.
  • É preciso evitar o "ah, se eu soubesse" e "ah, se eu pudesse voltar" do futuro. É preciso oferecer flores enquanto se pode vê-las e senti-las.
  • Se você gosta de alguém, diga, demonstre.
  • Nem todo mundo sabe adivinhar.
  • Transforme em gestos e palavras tudo aquilo que se passa no seu coração.
  • Vive muito melhor dor de perda quem sabe que fez a sua parte.
  • Ainda vai doer, mas de maneira bem diferente.

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